Pensamentos jamais revelados sobre... (#01)

...Adesivos de carros


Estava esses dias esperando um ônibus (uso ônibus por opção para contribuir contra o Efeito Estufa - cof cof) quando fiquei reparando os mais variados carros e, consequentemente, seus ocupantes. Eram carros novos com gente velha, carros velhos com gente nova, carro só de caras, só de meninas, com cachorro e por aí vai... 


Dentre as mais variadas "carangas" passa um cidadão (sozinho no momento e com um óculos de sol horrível) com um (ou uma) Corsa, modelo antigo, preto, com um baita adesivo escrito "Anjo". Desliguei-me por uns instantes do meu mundo real e rodoviário para filosofar sofre tal adesivo, com fonte Lucida Calligraphy, tamanho 100², na cor banca,  que estava estonteante no vidro com insufilme da frente do veículo. 


O que levaria uma pessoa, em sã consciência, em colar tal adesivo? Ele é um anjo? Ele acredita em anjos? Ele espera assoprar o apito dos céus e chamar um anjo? Ele tem a entrada da fechadura para que, alguém com a chave dos céus, a abra e o leve para o Paraíso? 


O carro passou, eu fiquei ai pensando e imaginando sobre os demais adesivos que se colocam nos veículos. Propagandas, familias felizes, escudo do time, deus é fiel, sua inveja faz a minha fama e outras tantas frases que pipocam em orkutes (sic), feicebuques (double sic) e MSN.


Logo após o carro "Anjo" passou por mim novamente, agora com uma bela(?) loira na carona, mas com o mesmo alemão-de-óculos-de-sol-cafona no volante, porém dessa vez com um plus: música! E não é qualquer música: Luan Santana!!!


Estava quase saindo do transe da primeira filosofia qdo novamente minha existência entrou em cheque ao tentar entender o motivo de alguém, num(a) Corsa preto com insufilme, adesivo "Anjo" com fonte Lucida Calligraphy, tamanho 100², na cor banca,  que estava estonteante no vidro com insufilme da frente do veículo AND musica meteórica de um cantor vesgo a todo volume.


Pensei, pensei.... não concluí a filosofia pq um pirralho me desconcentrou ao perguntar se eu era "o tio que vendia jogos de vídeo-game".


É assim que vejo as coisas...