quinta-feira, 29 de março de 2012

6x12 - A trollagem divina, parte I

Temporada 6, episódio 12 -  A trollagem divina, parte I

Se Deus de fato existe, na última semana de janeiro se comprovou: sim, Ele existe e definitivamente não gosta muito de mim e nem de minha amiga Jéssica. Todas as coisas que puderam dar errado deram errada na semana da mudança. Assumindo a possibilidade de que deus exista, a sua grande preocupação da semana, no mínimo, era “em como atrapalhar a mudança daqueles dois”.
Tentando impedir a mudança minha e da Jéssica, Deus chegou dando o impacto do valor alto da taxa de condomínio. Com um valor bem acima do que havíamos planejado só me recordo de ver a Jéssica balançando a cabeça, afirmando, e eu concordando. Afinal, ela queria sair de sua cidade e eu conquistar minha liberdade, isso era o que nos interessava.
Certos do apartamento, a Jéssica já estava arquitetando tudo com o seu pai para a mudança: o domingo seria o dia perfeito! Não contente com isso, Deus então lançou a tormenta da mudança. Se mudar para um condomínio assim não poderia ser tão fácil! Ele, no alto de sua bondade, pensou: “irei fazer com que aqueles dois corram como nunca correram na vida! Mudar-se no domingo é proibido, assim como depois do meio dia de sábado. E não só isso: para complicar tudo, eles devem ir até a administradora de condomínio pagar uma taxa, agendar a data da mudança, falar com a guarda municipal e reservar a vaga do caminhão no estacionamento para sábado de manhã”. E assim foi! Os dois ratinhos foram lançados no labirinto de Deus e correram de um lado para o outro. O sistema da imobiliária havia “caído” (humpf, caído... sei), a Prefeitura não sabia o que era esse “trancar a rua para a mudança” e o calor estava infernal.
Entregar-nos? Jamais! A moça da imobiliária nos mandou o boleto por e-mail, duas guardas “azuis” e um guarda municipal nos indicaram onde deveríamos ir e o que pedir. Combinamos os horários e superamos o desafio imposto por Ele. Pelo menos por enquanto.

(...continua...)

quarta-feira, 21 de março de 2012

6x11 - Enfim, adulto

Temporada 6, episódio 11 - Enfim, adulto

Depois de uma semana totalmente atípica, cheguei a uma conclusão que estava evitando há muito tempo: minha adolescência finalmente acabou. Um emprego consideravelmente bom em relação à boa parte da população, formado na faculdade e morando fora da casa dos meus pais.
Para quem conhece minha trajetória sabe do meu belo currículo juvenil. Dedicado à uma adolescência voltada para os estudos, trabalho e a religião, minha fase de “curtição” passou muito batida. Tendo que trabalhar aos 14 anos e complementando o meu tempo semanal aos estudos, senti na pele a correria de “não ter temo para nada”. O que muita gurizada reclamada hoje, de trabalhar e estudar simultaneamente, eu sempre emendo: fiz a mesma coisa mais jovem do que você, era o cara que tirava uma das (quando não era a) notas mais altas das turmas e ainda sobrava um tempo no final de semana dedicado à cursos de formação profissional, aulas de catequese e grupo de jovens da Igreja Católica. Sim, já fui um santo! Sempre tive que pagar os meus estudos, inclusive a universidade, quando ingressei em 2002. Era muita responsabilidade para uma criatura de 17 anos, porém ciente do que estava acontecendo e do caminho que deveria ser seguido. Não é questão de se fazer de vítima, é apenas uma abordagem de que todos possuem uma história e que chegar onde está não é mero acaso ou sorte.
Mesmo tendo pequenos compromissos, sempre me senti um “gurizão” ou um eterno adolescente, que estudava, vivia com pouco dinheiro, trabalhava e saía para a balada no sábado. Longe de meus pensamentos a ideia de crescer e virar adulto. O “Complexo de Peter Pan” era algo visível e toda e qualquer atitude que me fizesse parecer mais jovem era tomada: corte de cabelo mais jovem, barba sempre feita humor lá em cima e cheio de planos. Nunca quis crescer e me tornar adulto – talvez por medo ou comodismo.
Em uma tarde de sexta-feira, passando (sofrendo com) uma de minhas camisas sociais eu pensei: poxa André, finalmente você cresceu. Está lavando e passando as suas roupas e preparando o seu almoço. Mesmo que dividindo a moradia com uma grande amiga – o qual arrisco a dizer que não poderia ter escolhido alguém tão boa quanto ela – o orgulho daquele momento, em que finalmente assumi meus primeiros cabelos e fios de barba brancos foi ímpar! Um pequeno passo para a sociedade, mas um enorme para um simples homem. Finalmente sou um adulto.
Quem sabe esse é o dilema de muitos jovens que possuem certo medo em sair da fase adolescente e assumir a maturidade adulta. Acredito que muitos dos trintões e quarentões que ainda se agarram na saia da mãe o fazem por insegurança e medo da vida adulta. Até compreendo, pois tive o mesmo medo por muitos anos até dar esse passo.
Tornar-se adulto, responsável, ciente, seguro de seus sentimentos, forte em suas convicções, com objetivos profissionais bem definidos, com preocupações financeiras. Mais cedo ou mais tarde todos acabam sendo consumidos por isso, seja por vontade própria ou pela força ingrata da natureza. Quanto mais se tardar, pior: ninguém é eterno!

quarta-feira, 14 de março de 2012

6x10 - Xarope pra tosse

Temporada 6, episódio 10 - Xarope Pra Tosse

A vida é muito curta para se importar com tudo, oh
Eu estou perdendo a cabeça, perdendo a cabeça, perdendo o controle
Aqueles peixes no mar estão me encarando, oh oh
Oh oh oh oh
Um mundo molhado anseia pela batida de uma bateria,
Oh

Se eu conseguisse achar um jeito de ver isso melhor
Eu fugiria
Pra algum destino que eu já deveria ter encontrado
Eu estou esperando esse xarope pra tosse fazer efeito, fazer efeito

A vida é muito curta para se importar com tudo, oh
Estou chegando agora, chegando agora, saindo do nada
Esses zumbis no parque, eles estão procurando por meu coração
Oh oh oh oh
Um mundo escuro anseia com um respingo do Sol, oh

Se eu conseguisse achar um jeito de ver isso melhor
Eu fugiria
Pra algum destino que eu já deveria ter encontrado

Então eu corro para o que eles disseram que iria me restaurar
Restaurar a vida do jeito que ela deveria ser
Estou esperando esse xarope pra tosse
Fazer efeito

A vida é muito curta para se importar com tudo, oh
Eu estou perdendo a cabeça, perdendo a cabeça, perdendo tudo

Se eu conseguisse achar um jeito de ver isso melhor
Eu fugiria
Pra algum destino que eu já deveria ter encontrado

Então eu corro para o que eles disseram que iria me restaurar
Restaurar a vida do jeito que ela deveria ser
Estou esperando esse xarope pra tosse
Fazer efeito

Mais uma colherada de xarope pra tosse agora mesmo, oh
Mais uma colherada de xarope pra tosse agora mesmo, oh

segunda-feira, 5 de março de 2012

Temporada 6, episódio especial - Não é só mais um 05 de março

Temporada 6, episódio especial – Não é só mais um 05 de março

Para muitos, 05 de março não deixa de ser um dia como outro qualquer, inclusive para mim - é um dia de acordar cedo, pegar ônibus, ir pro trabalho, voltar pra casa, conversar com minha amiga, falar com a pessoa amada...enfim, dia 05 de março é um dia rotineiro, inclusive para mim, que ao longo dos anos esqueceu do brilho do único dia do ano que lhe é dedicado. 
Quero agradecer a mãe Edna Monteiro Costa, por relembrar de como era bom e divertido os nossos almoços em conjunto. Conversar sobre a vida, sobre coisas fúteis e dar boas risadas. De fato, a mãe é uma das pessoas mais alto-astral que conheço.
Quero agradecer à todos os meus colegas da PREFEITURA MUNICIPAL DE MORRO REUTER, que me recordaram o que é aniversariar em um ambiente bom de trabalho. O cartão de aniversário que me deram foi, realmente, algo inesperado.
Também agradeço ao pessoal virtual, das mais simples postagens até as que consumiam algumas linhas, li cada uma com muito carinho e respondi uma a uma, com a mesma atenção e dedicação.
Quero agradecer especialmente à Jéssica Schneider por me fazer lembrar do brilho dessa data que, apesar de ser "mais um dia 05 de março", é o meu dia 05 de março. Agradeço à essa menina, tbm, por me fazer lembrar que devemos ser como a velinha persistente do bolo de aniversário surpresa: nunca devemos desistir de brilhar, mesmo que muitos tentam conter e consumir o teu brilho.
Não posso deixar de agradecer ao Maiquel, que por tantos motivos, assim como a Jéssica, tem me tornado uma pessoa tão alegre e feliz. 
Obrigado por me deixarem vermelho de vergonha, desajustado e sem palavras. Obrigado por terem tornado o dia 05 de março de 2012 o MEU 05 DE MARÇO!

sábado, 3 de março de 2012

6x09 - Castelo de Ás

Temporada 6, episódio 09: Castelo de Ás

Caminhar pela cidade sem perceber as edificações é praticamente impossível, ainda mais quando se migra de uma cidade pequena para outra maior, muito maior, dez vezes maior. Nada que se compara com a selva de pedras da capital Porto Alegre, mas é impossível não perceber o tom cinza que São Leopoldo carrega – bem diferente de minha adorada Dois Irmãos, que chega ser um tédio de tão colorida que é. Andando pela cidade fiquei imaginando o grande trabalho que se teve para levantar tudo. Pode ser um tempo relativamente pequeno, talvez uns anos, mas um tempo menor se comparado com outras grandes edificações feitas. Pirâmides, estátuas, estruturas e outras maravilhas da engenharia, todas tão bem planejadas para a mais bela perfeição e harmonia.
Cálculo e muita paciência, ingredientes necessários para levantar qualquer coisa – seja uma selva de pedras ou um castelo de cartas. Castelo de cartas, como eu adorava levantá-los, equilibrar com todo o cuidado carta a carta, formando pilares, criando mais e mais andares. Era uma diversão trabalhosa, mas satisfatória.
Montar um castelo desses, de cartas, é trabalhoso e requer tamanho cuidado, assim como as relações humanas. Quando mais forte forem os pilares do castelo, mais resistente ele fica e, óbvio, mais difícil dele desabar. Quanto mais atenção se é dado na relação humana, mais resistente ela fica e menor o risco de qualquer coisa destruí-la. Indiferente daquilo que se faça nenhum castelo ou relação humana está livre do desgaste do tempo – cada um saberá contornar a depreciação e revitalizar os sentimentos. É como no castelo de cartas: se reforçam as bases para evitar um desabamento.
A coisa mais dolorosa em toda essa brincadeira é ver a sua “edificação” ruir em segundos quando um terceiro se intromete – seja por balançar a base ou por provocar qualquer brisa que todos os naipes se esparramam pela mesa. Parece que na amizade as coisas não são tão diferentes.
Seja forte ou seja fraca, esteja certo: em certo momento alguém virá e vai destruir tudo. Esqueça todo o esforço, todo o trabalho, o cálculo, a dedicação – esse alguém será tão mais importante, em um pequeníssimo prazo de tempo, do que você em anos de dedicação. É a tal da valorização, dos pesos e medidas, a formação de caráter, da mesquinhez e da idiotice – ombros podem te faltar mais à frente.
Se for para manter ruínas, eu não quero. Como bom tributarista municipal sei que ruínas, além de ter aparência horrível, é extremamente dispendiosa. Se for para manter ruínas, vamos demolir isso tudo de uma vez. Se for para levantar um castelo de cartas em um terreno nada firme ou sob a supervisão de alguém de personalidade duvidosa, não começaremos.
Nenhuma construção sobrevive à um alicerce fraco.