ANDRÉ™ SEASON 5 [5x19 - It's not enough]
Nunca nos esforçamos o suficiente para conseguir os resultados desejados. O que fazer quando, mesmo usando todas as tuas forças, nunca se sai do lugar? E não é exagero! Algumas coisas tendem a serem irritantemente fáceis para uns e preocupantemente impossíveis para outros? Não acredito que seja falta de empenho. Talvez seja esforço desperdiçado em uma tática errada.
Nunca somos bons o suficiente para nossos pais até o ponto em que você começa a sair de casa e, depois, dar netos. Esforço e dedicação de anos em estudos, obtendo ótimos resultados acadêmicos. Uma vida religiosa no passado que era bem vista por todos em volta. Uma reputação invejosa para muita gente. Para nossos pais, todos os esforços em vão, pois nunca somos bons o suficiente. Sempre teremos a taxação de nunca dar orgulho para a família, enquanto parentes contribuem para que a população mundial atinja os 7 bilhões, para o aumento dos casais que se unem em função de “acidentes de percurso” e para o número de homens e mulheres infelizes em seus matrimônios. Nunca seremos bons o bastante para nenhum consanguíneo que está habilitado a simplesmente a dar valor às luxurias da carne e a infelicidade matrimonial. Para os pais, todas as conquistas obtidas com muito empenho, trabalho, noites mal dormidas caem por terra, definitivamente, por um deslize, por um “defeito”.
Não somos, e nem seremos bons o suficiente, na vida profissional. Um superior direto não irá reconhecer o seu belo trabalho, mesmo se o esforço é sobrenatural em um ambiente onde o medo e a insegurança impera. Não há conversa, nem elogios, nem troca de experiências – apenas se fala a língua do dinheiro, do resultado financeiro. Se o lucro que se resultou foi o esperado, muito bem: está fazendo nada menos do que a sua obrigação; se o lucro for além das previsões, parabéns: acabou de encher os cofres de alguém que não dá a mínima para o seu esforço e, aliás, sua função é, de fato, enriquecer o outro; com prejuízo, bem, nesse caso todos sabem de sua existência. Nunca somos bons o bastante para nada, para aumento de salário e nem para promoção interna. Nunca se é bom o bastante, mesmo com sua formação acadêmica, diante daqueles que deitam, rolam, dão a patinha e fingem que morreram em troca de uns bons trocados a mais em seu holerite.
Nunca se é bom o bastante para os amigos, que em quando menos se espera te trocam por programas mais intensos e carnais nos finais de semana. Nunca se é bom o bastante para manter uma relação com alguém – o nível de expectativa da outra pessoa está aquém daquilo que você pode oferecer, mesmo sabendo que você é o par ideal e feito para casar. Nunca somos bons o bastante para que as pessoas te liguem, perguntem como se está, não dão sinal de vida e depois te cobram por sua ausência, imparcialidade, pseudo-negligência – um abandono total.
Não somos bons o suficiente nem para nós mesmos, que nos cobramos dia após dia por resultados melhores, pela felicidade não alcançada, pela realidade medíocre em que se vive, por não conseguir fazer as coisas, por viver em preto-e-branco. Somos insuportáveis e, se fosse possível ocorrer um “autodivórcio”, muita gente faria – me incluo na lista.
Nunca seremos bons o suficiente em nada, absolutamente nada. No momento em que nos tornamos perfeitos, a vida perde a graça, pois é essa batalha eterna e constante que faz com que as pessoas se destacam, evoluam e reforcem seus laços afetivos. A imperfeição e a cobrança infinita nos tornam maiores do que imaginamos. Talvez não possamos perceber, mas somos gigantes, mesmo acreditando que não somos bons o bastante - aos olhos dos míopes, estrábicos e cegos.
PS.: desculpe a demora na postagem, meus poucos leitores - a semana foi um inferno!